Como gostaria de ser uma rocha


     Será tristeza, raiva ou revolta? Não sei o que se passa dentro de mim, é algo forte, que me consome desde a pele até as entranhas mais profundas do meu ser.
         Não sei se este é o meu lugar, se tenho um porto seguro, ou se sou o porto seguro de alguém.
      Não sei a quem recorrer quando estou mal, será que à alguém disposto a ouvir-me nos meus piores momentos? Será que há alguém com a capacidade de me perceber e me apoiar por mais estranha que eu seja.
         Sinto-me perdida no vazio deste mundo, um ponto minúsculo que todos parecem ter o prazer de pisar e nem se apercebem de tal acontecimento. Sinto-me como um nada, só mais uma daquelas que pela vida andam perdidas. Não sei decidir e quando o faço opto pelo caminho errado, mas será que há um caminho certo para mim?  Não o encontro, não vejo a luzinha brilhante ao fundo do túnel, não vejo esperança, não vejo nada além de um pano de fundo negro que me mostra o quão vazia me sinto por dentro.
        As mais pequenas palavras neste momento magoam-me, e as atitudes nem palavras existem para descrever o quão mal elas me deixam, sou eu que sou fraca ou estarei a passar por um momento de fraqueza, daqueles em que preciso de todo o apoio do mundo, mas todo o mundo parece não ver.
      Não sou fraca, não gosto de desistir, mas sinto que está cada vez mais perto esse momento. O momento em que desistirei de todas as pessoas, de todas as coisas, quem sabe de tudo o que me rodeia.
     O meu desejo é sair daqui, agarrar numa mala com umas peças de roupa e desaparecer, desconectar-me do mundo real e partir á descoberta de novos mundos que me aguardam por ai, mas os mesmos que me fazem querer ir são os mesmos que me fazem ficar.
        Há momentos em que mesmo que não queira as lágrimas escorrem pela minha cara, e não tenho forças suficientes para as fazer parar, ai mostro que não sou de ferro, que não sou tão forte como todos pensam que sou, como eu própria gostaria de ser.

       Como eu gostaria de ser uma rocha, ali quieta, em que tudo a atinge mas quase nada a destrói, fria e sem sentimentos, sem sentir dor, mas infelizmente não sou!

Sem comentários:

Enviar um comentário